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domingo, 8 de maio de 2011

A Pessoa é para o que nasce


Sinopse
Três irmãs cegas. Unidas por esta incomum peripécia do destino, Regina, Maria e Conceição viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos destas mulheres e revela suas curiosas estratégias de sobrevivência, das quais participam parentes e vizinhos. Acompanha também, numa reviravolta inesperada, o efeito do cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades.

 
Três irmãs cegas tocam ganzás e cantam pelas ruas de Campina Grande, na Paraíba, em troca de dinheiro. A história de vida das “Ceguinhas de Campina Grande”, como são conhecidas, chamou a atenção do diretor Roberto Berliner, que produziu um curta-metragem de seis minutos – “A pessoa é para o que nasce” – para o Projeto Som da Rua, sobre músicos anônimos. O minidocumentário daria origem ao longa-metragem homônimo (TvZero, 2003, 84 min.), produzido entre os anos de 1998 e 2003.
Ao acompanhar o cotidiano de Maria Barbosa, Regina e Conceição, Berliner não apenas interferiu na realidade e transformou a vida das irmãs com a elaboração do filme, mas permitiu-se também ser tocado no decorrer da história.
(Eduardo Henrique Américo dos Reis; http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-documentario-reis.pdf)


Curiosidades
- "A Pessoa é para o que Nasce" foi, inicialmente, um curta-metragem de 6 minutos que percorreu vários festivais do Brasil e do mundo.

- Filme de estréia de Roberto Berliner como diretor de longa-metragens.

- Em 1997, durante as filmagens da série de TV "Som da Rua", sobre músicos anônimos, o diretor Roberto Berliner conheceu as irmãs Regina, Maria e Conceição. Elas já não cantavam mais nas ruas nem possuíam mais os ganzás, sem os quais não se sentiam à vontade para cantar. Enquanto a produção providenciava novos instrumentos, a equipe teve oportunidade de conversar longamente com as três. A filmagem para o programa foi realizada, mas Roberto deixou o set tão impressionado com o que viu e ouviu que decidiu que as três ceguinhas seriam o tema de seu próximo filme.

- Alguns meses depois Roberto Berliner retornou ao Nordeste com o roteirista Maurício Lissovsky e uma câmera digital, para uma série entrevistas que serviriam de base para elaboração do roteiro. Com o apoio do Ministério da Cultura, este material de pesquisa serviu de base para a edição de um curta-metragem, que serviria ainda como laboratório de linguagem para uma obra de maior fôlego.

- A adaptação do curta-metragem para um longa levou 3 anos para ser concluída.

- Exibido na mostra Première Brasil, no Festival do Rio 2004.


 Trailler do Filme:
 
 

As Três irmãs
Nascidas numa família de camponeses sem terra, passaram a infância perambulando pelas cidades do Nordeste do Brasil, seguindo os passos do pai alcólotra que alugava-se como mão-de-obra temporária para os proprietários de terra da região. Para complementar a renda, a mãe dedicava-se ao artesanato e elas aprenderam a cantar nas feiras e nas portas das igrejas em troca de esmolas.
Após a morte do pai, a cantoria tornou-se a principal fonte de renda de uma família numerosa, e que não parava de crescer. Houve um momento em que as ceguinhas sustentavam, com seus míseros ganhos, 14 pessoas, entre irmãos e irmãs, um deles adotado, sobrinhos, a mãe e seu novo marido.

Maria Barbosa, a mais habiliadosa e autônoma das três irmãs, foi a única que casou. E por duas vezes, ambas com deficientes visuais, tendo ficado duas vezes viúva. O primeiro marido foi Manuel Traquiline, violeiro e cantador, que passou a apresentar-se com elas nas feiras. Tiveram uma filha, Maria Dalva, que nasceu em 1989. Após o nascimento da filha, Maria foi viver com o marido em Natal, no Rio Grande do Norte. Foi o único período de suas vidas em que as irmãs estiveram separadas. Quando a filha já tinha completado cinco anos, Manuel morreu e Maria voltou para junto de suas irmãs, em Campina Grande. Lá conheceu Silvestre, o grande amor de sua vida com quem viveu dois anos, até o marido ser assassinado a facadas.

Quando a equipe da Tv Zero entrou em contato com As Três Ceguinhas pela primeira vez, em 1997, elas viviam praticamente sós, em uma pequena casa numa vila em Campina Grande, na Paraíba. A mãe delas tinha morrido há cerca de seis meses e Silvestre estava morto há menos de quatro. A filha de Maria estava em poder de umas tias distantes que se recusavam a devolver a filha para a mãe. O que aconteceu deste momento em diante está no filme.

"Atirei no mar, o mar vazou. Atirei na moreninha, baleei o meu amor" 



Em cartaz: "A Pessoa é Para o que Nasce"
Dia: 12/05/11 (quinta feira)
Hora: 20h
Local: Bar do Pantera
R. Cel. Olímpio Cunha, Campo Grande, Cariacica - ES
(Próximo a BR 262, em frente ao Café Praça 8)

ENTRADA FRANCA!

Assista o curta que originou o filme:

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