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domingo, 12 de agosto de 2018

Vídeos capixabas são premiados no Festival Curta Colorado

Foto: Cláudio Postay
Por Linda de Abreu
 
“Cruel World”, “Unreal” e “SeuZé” foram os ganhadores do Festival Curta Colorado. O resultado foi revelado no terceiro dia, após apresentação dos documentários “Rio das Lágrimas Secas”, de Saskia Sá, e “C(elas)”, de Gabriela Santos Alves. O evento aconteceu no Bar do Pantera, em Campo Grande, entre os dias 8 e 10 de agosto. Ao final, teve ainda roda de viola com Edivan Freitas e amigos.

O Festival foi realizado com recursos do Funcultura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O evento faz parte do projeto Cineclube Colorado, aprovado no edital de “Seleção de projetos culturais e concessão de prêmio ao desenvolvimento e manutenção do cineclubismo”. Cada ganhador recebeu um troféu e R$ 500,00.



Vencedor da categoria Videoclipe - Júri Popular

Dirigido por Bárbara Ribeiro, “Cruel World” mostra o músico Julio Camelo andando na região da Pedra dos Dois Olhos, em Vitória, de terno, em um dia ensolarado. Este é o primeiro clipe que a cineasta de 25 anos inscreve em um festival. Ela também concorreu na categoria de curtas, com o trabalho “Estuário”.
Bárbara Ribeiro levou o prêmio de Melhor Vídeoclipe, com o clipe "Cruel Word", canção do músico Júlio Camelo. Foto: Cláudio Postay
“Eu sempre quis fazer um videoclipe, pois é um tipo de vídeo que você pode experimentar muito as linguagens. Daí eu tenho esse amigo que estava me mostrando as músicas do EP dele, o “Delta”, e isso veio me dando várias ideias. Foi um filme feito de uma forma bem independente. A gente tentou ousar um pouco nos efeitos visuais, mas de uma forma bem manual, analógica. Foi uma experimentação de uma tarde, apenas fazendo arte”, lembrou Bárbara.

Vencedor da categoria Melhor Vídeo- Júri Técnico

“Unreal” foi realizado de forma colaborativa, com cerca de R$ 50,00 de orçamento. Esta é a primeira premiação de Luiz Will Gama, diretor, roteirista e editor do curta. O vídeo também foi selecionado para o Festival Nacional de Cinema Universitário Tainha Dourada, em Itajaí (SC), e para a Mostra Livre de Cinema, exibida em várias cidades do Estado de São Paulo.

“Trabalho com vídeos desde 2013, mas só agora em 2018 comecei a fazer minhas próprias produções. O impacto das redes sociais em nossas vidas é algo que eu já venho pensando e pesquisando a algum tempo. Cada vez que nos aproximamos mais do virtual nos afastamos do real. A intenção do curta é trazer o diálogo sobre como está sendo essa imagem que produzimos para as redes virtuais, uma imagem totalmente diferente do que a gente é. Outra questão abordada é a possibilidade de alterar a realidade”, pontuou o estudante de Artes Visuais e de Fotografia.

"Unreal", curta realizado Luiz Will, levou o prêmio de Melhor Vídeo do Júri Técnico. Foto: Cláudio Postay

O júri técnico do festival foi composto pela equipe do cineclube e teve como convidado o curador do CineSesc, do Centro Cultural Sesc Glória - e também cineclubista - Leonardo Almenara. O júri levou em consideração o caráter cineclubista da produção e a criatividade dos temas abordados nos vídeos.

"Todos os filmes do festival foram incríveis para o debate. Capazes de levantar e sustentar profundas e extensas reflexões sobre nosso cotidiano e nosso tempo repleto de injustiças, confuso e contraditório. Esses filmes possuem densidade em termos de conteúdo e forma, aliando uma incrível inventividade narrativa e de linguagem sendo assim, bastante adequados à reflexão e ao debate cineclubista", avaliou Almenara.

Vencedor da categoria Curta - Júri Popular

O protagonista de “SeuZé” é o pai da professora aposentada Sandra Maria de Freitas, de 52 anos. Foi ela que gravou e finalizou este curta, que mostra um senhor simples, de 82 anos, declamando poesias enquanto caminha em seu sítio localizado em Novo Brasil, Cariacica.

Com o apoio da família, Sandra Maria de Freitas conquistou o prêmio de Melhor Vídeo do Júri popular com o curta "SeuZé". Foto: Claúdio Postay.

“Meu pai tem um amor à poesia que é uma coisa escandalosa. Eu percebi que nesses momentos, quando ele fala de natureza e fala com a alma, é necessário gravar e ficar verdadeiramente eternizado. Eu tenho uma paixão pelo meu pai e pelo conhecimento que ele tem a passar pra gente. No dia, ele
foi colher umas canas e eu estava com a câmera e eu peguei na hora, nada planejado, porque isso é natural. Eu nem falei e ele já começou a declamar. O mais importante de tudo é ver a simplicidade com que isso foi feito”, contou Sandra.

Menção honrosa

Ainda, o júri técnico concedeu menção honrosa ao curta "Hic", de Alexander S. Buck, por se destacar abordando de maneira criativa o racismo e o empoderamento negro. "Hic" conta a jornada um maratonista africano que em uma crise de soluços teleportadores o aprisiona na ilha de Vitória.



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