Foto: Cláudio Postay |
“Cruel World”, “Unreal” e “SeuZé” foram os ganhadores do Festival Curta Colorado. O resultado foi revelado no terceiro dia, após apresentação dos documentários “Rio das Lágrimas Secas”, de Saskia Sá, e “C(elas)”, de Gabriela Santos Alves. O evento aconteceu no Bar do Pantera, em Campo Grande, entre os dias 8 e 10 de agosto. Ao final, teve ainda roda de viola com Edivan Freitas e amigos.
O Festival foi realizado com recursos do Funcultura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O evento faz parte do projeto Cineclube Colorado, aprovado no edital de “Seleção de projetos culturais e concessão de prêmio ao desenvolvimento e manutenção do cineclubismo”. Cada ganhador recebeu um troféu e R$ 500,00.
Vencedor da categoria Videoclipe - Júri Popular
Dirigido por Bárbara Ribeiro, “Cruel World” mostra o músico Julio Camelo andando na região da Pedra dos Dois Olhos, em Vitória, de terno, em um dia ensolarado. Este é o primeiro clipe que a cineasta de 25 anos inscreve em um festival. Ela também concorreu na categoria de curtas, com o trabalho “Estuário”.
Bárbara Ribeiro levou o prêmio de Melhor Vídeoclipe, com o clipe "Cruel Word", canção do músico Júlio Camelo. Foto: Cláudio Postay |
Vencedor da categoria Melhor Vídeo- Júri Técnico
“Unreal” foi realizado de forma colaborativa, com cerca de R$ 50,00 de orçamento. Esta é a primeira premiação de Luiz Will Gama, diretor, roteirista e editor do curta. O vídeo também foi selecionado para o Festival Nacional de Cinema Universitário Tainha Dourada, em Itajaí (SC), e para a Mostra Livre de Cinema, exibida em várias cidades do Estado de São Paulo.
“Trabalho com vídeos desde 2013, mas só agora em 2018 comecei a fazer minhas próprias produções. O impacto das redes sociais em nossas vidas é algo que eu já venho pensando e pesquisando a algum tempo. Cada vez que nos aproximamos mais do virtual nos afastamos do real. A intenção do curta é trazer o diálogo sobre como está sendo essa imagem que produzimos para as redes virtuais, uma imagem totalmente diferente do que a gente é. Outra questão abordada é a possibilidade de alterar a realidade”, pontuou o estudante de Artes Visuais e de Fotografia.
"Unreal", curta realizado Luiz Will, levou o prêmio de Melhor Vídeo do Júri Técnico. Foto: Cláudio Postay |
O júri técnico do festival foi composto pela equipe do cineclube e teve como convidado o curador do CineSesc, do Centro Cultural Sesc Glória - e também cineclubista - Leonardo Almenara. O júri levou em consideração o caráter cineclubista da produção e a criatividade dos temas abordados nos vídeos.
"Todos os filmes do festival foram incríveis para o debate. Capazes de levantar e sustentar profundas e extensas reflexões sobre nosso cotidiano e nosso tempo repleto de injustiças, confuso e contraditório. Esses filmes possuem densidade em termos de conteúdo e forma, aliando uma incrível inventividade narrativa e de linguagem sendo assim, bastante adequados à reflexão e ao debate cineclubista", avaliou Almenara.
Vencedor da categoria Curta - Júri Popular
O protagonista de “SeuZé” é o pai da professora aposentada Sandra Maria de Freitas, de 52 anos. Foi ela que gravou e finalizou este curta, que mostra um senhor simples, de 82 anos, declamando poesias enquanto caminha em seu sítio localizado em Novo Brasil, Cariacica.
Com o apoio da família, Sandra Maria de Freitas conquistou o prêmio de Melhor Vídeo do Júri popular com o curta "SeuZé". Foto: Claúdio Postay. |
“Meu pai tem um amor à poesia que é uma coisa escandalosa. Eu percebi que nesses momentos, quando ele fala de natureza e fala com a alma, é necessário gravar e ficar verdadeiramente eternizado. Eu tenho uma paixão pelo meu pai e pelo conhecimento que ele tem a passar pra gente. No dia, ele
foi colher umas canas e eu estava com a câmera e eu peguei na hora, nada planejado, porque isso é natural. Eu nem falei e ele já começou a declamar. O mais importante de tudo é ver a simplicidade com que isso foi feito”, contou Sandra.
Menção honrosa
Ainda, o júri técnico concedeu menção honrosa ao curta "Hic", de Alexander S. Buck, por se destacar abordando de maneira criativa o racismo e o empoderamento negro. "Hic" conta a jornada um maratonista africano que em uma crise de soluços teleportadores o aprisiona na ilha de Vitória.
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